Por: Cristiane Alegre
A cadeia produtiva da cultura da batata-doce envolveu 21 assentamentos através de reuniões, onde cada produtor assentado, decidiu sobre a adesão ou não ao projeto, assim, vivenciando todas as etapas da cadeia produtiva: organização, interesse e desinteresse durante o processo, aquisição da batata semente, adesão do fornecedor da batata semente, logística, preparo de solo, insumos, clima, comercialização e influência do meio (oferta e procura – competitividade) e ainda a propagação das ramas entre os grupos de produtores envolvidos.
A Cadeia de Olerícolas da cultura, é um projeto criado a partir da construção participativa com produtores assentados, vem ao encontro da necessidade do INCRA em perceber o amadurecimento da assistência técnica, em conjunto com os agricultores. Dessa forma, a equipe técnica da COATER, foi buscar parceiros para executar a primeira etapa da cadeia, de entender sobre a cultura e a relação custo-benefício, tendo a cultura respondido às expectativas de produtividade, baixo custo no que se refere ao uso de insumos e defensivos e a facilidade de produção.
A equipe técnica, partiu também em busca da etapa mais importante desta cadeia, o da comercialização, através da parceria positiva com a empresa Batatas Portela. Foram organizadas reuniões de fomento da cultura e os procedimentos da cadeia, cada etapa que o produtor teria que passar foi orientado minunciosamente pela equipe técnica, incluindo dias de campo, todavia, alguns produtores ficaram pelo caminho, alguns na fase do fomento, outros na fase de preparo de solo e plantio, mais a maioria no entanto, abandonaram o projeto na fase de desenvolvimento da cultura, passando do plantio da batata semente ao transplantio das ramas, devido às condições climáticas do ano (ausência de chuvas).
No momento, acontece a colheita no assentamento Dois Irmãos, onde os agricultores (15 famílias) estão alcançando excelentes resultados. “A cadeia produtiva da batata doce agrega um valor relativamente alto numa pequena área. Estamos no ciclo da colheita, todos tiveram a mesma orientação, porém nem todos seguiram. Agora podemos observar a diferença nos resultados com um produto com qualidade e uma produtividade acima da média. A meta prevista era de 2.500 a 3.000 caixas por alqueire e a colheita está além dessa expectativa, entre 4.000 a 4.500 caixas por alqueire. Mesmo o mercado estando abarrotado do produto, alguns produtores como Jorge e Marcelina Sigari, Maria Rosa, dentre alguns outros, conseguiram escoar a produção para um comprador de Ibutirama que leva para Piedade o produto para ser beneficiado, classificado e depois segue para o CEAGESP em São Paulo” – comentou o técnico da Coater, Alessandro Bomfim.
O engenheiro agrônomo Renan Guedes, do setor de organizações, comentou o sistema implantado - “às famílias estão trabalhando no ciclo da colheita realizando mutirões remunerados, ou seja, a mão de obra está no próprio assentamento e o suporte é mútuo entre os produtores, o que estimula também a troca de informações e novos aprendizados. O preço desfavorável atual de 9 reais a caixa com 25 a 28kg de batata doce tem sido compensado pela alta produtividade. Tanto que vários produtores ficaram entusiasmados e já iniciaram a implantação da cultura em novas áreas”.
A expectativa da Coater é que vários outros assentados, busquem a cultura de batata-doce, como mais uma opção de diversificação de produção e de possibilidade de ganho adicional na propriedade.
Murutinga do Sul – Os assentados que confiaram no projeto da batata-doce, idealizado pela Coater, estão começando o ciclo de colheita nos lotes do assentamentos Dois Irmãos e tem muito para comemorar com os ganhos obtidos com a comercialização do produto .