Andradina – A COATER (Cooperativa de Trabalho de Assessoria Técnica e Extensão Rural), promoveu o dia de campo e o curso a respeito do cultivo do mamão formosa para assentados, buscando qualificar o produtor e o produto. Proposta implementada pelo técnico agrário da Pendengo, Tácito Ferraiolo e Waldomiro Menandro.
Na quarta-feira (22/07), 35 famílias beneficiárias da reforma agrária pertencentes ao assentamento Pendengo estiveram visitando o lote dos produtores José Marcelino Cafeo e Luzia Ferraiolo, no assentamento Timboré, para conhecerem o manejo e tratos culturais do mamão formosa, uma vez que Cafeo e Luzia são referências regionais no cultivo da lavoura (de maio a julho alcançaram 26.270 Kg de mamão, média de 87 Kg por pé), além da diversificação observada no lote, formando um sistema agroflorestal (SAF). No momento, entregam toda a sua produção para o PAA ( Programa de Aquisição de Alimentos). A primeira conversa debateu o principal gargalo da produção: as possibilidades para escoar o produto, pontos favoráveis e as dificuldades.
“É preciso vários produtores se organizarem, para conseguir melhores preços desde a bandeja com mudas sadias, até na compra dos venenos para controle de pragas e doenças e adubos. Outro ponto é que se produzirem juntos com qualidade, torna possível a questão do frete, o comprador, se tiver quantidade pode vir até o lote/assentamento, é mais difícil conseguir preços mais justos na comercialização individual. É preciso estar consciente dos altos e baixos do mercado e por isso, o certo é começar pequeno, uma bandeja com 120 mudas e vai se aperfeiçoando, daí o lucro é certo.”- orienta Luzia Ferraiolo.
Já no dia seguinte, Cafeo e Luzia, foram ao lote 85, do Neguinho e da Maria José, do assentamento Pendengo, em Castilho, para ministrarem o curso teórico sobre o cultivo da fruta em todas as suas etapas e visitarem lotes que tivessem iniciado a cultura, para que todos aprendessem o que não fazer e os prejuízos causados pela falta de informações adequadas.
Os 45 participantes do curso, tiveram a oportunidade de tirar suas dúvidas, já que Cafeo é especialista, com mais de 20 anos, na produção do mamão formosa. Teve a participação especial das mulheres da Associação José de Alencar, que prepararam todas as refeições e fazem parte da segunda edição do livro “Os Sabores da Terra”, projeto da COATER em parceria com o INCRA.
“Nós recebemos uma dádiva de Deus, felicidade que a gente tem de poder usufruir da terra, tudo vem dela: alimento, saúde e vida. Não podemos esquecer nunca que nós assentados temos esse privilégio, temos o direito de nos alimentar, a família e a sociedade, com esse poder que temos na mão, que é a terra.”- finaliza Cafeo.
SAF
Cafeo e Luzia, aproveitam bastante a área de sua propriedade com o cultivo de vários gêneros alimentícios, por meio de consorciação de lavouras em um mesmo espaço de terra cultivada, formando os chamados SAFs.
Os Sistemas agroflorestais (SAFs), são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combinam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que promovem benefícios econômicos e ecológicos. Os sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentam como principais vantagens, frente a agricultura convencional, a fácil recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas daninhas e diversificação de culturas ao mesmo tempo.
FONTE: JORNAL O FOCO - Edição de 28/07/2015 - Jornalista José Carlos Bossolan