O Brasil é hoje o principal produtor mundial de maracujá (Passiflora edulis), com área de 33 mil hectares destinados à cultura, o que gera em torno de 200 mil empregos diretos e indiretos.
Tendo objetivo de expandir as cadeias produtivas de vegetais para a região de Andradina, a COATER - COOPERATIVA DE TRABALHO DE ASSESSORIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL, visando efetivar a demanda de seu público alvo - assentados da reforma agrária, buscou uma alternativa de fonte de renda no âmbito da fruticultura.
Segundo a coordenadora do Setor de Organizações, Gilvânia Meira – “ A opção pelo cultivo do maracujá azedo levou em consideração diversos fatores tais como: planta de ciclo curto e retorno financeiro rápido; a prática do processo de enxertia (quando necessária) aliada à tolerância das plantas em relação às doenças de solo ( fator que praticamente dizimou plantios comerciais na região).”
A cultura do maracujá azedo exige mão-de-obra em todo seu ciclo, empregando assim, todos indivíduos da unidade familiar e portanto, não dependendo de máquinas e implementos na área de cultivo. Outro ponto favorável é a facilidade para a comercialização dos frutos sem padrão de mercado ( manchados, murchos ou deformados), já que existem duas indústrias de processamento dos frutos em um raio inferior a 80 km da maioria dos assentamentos da região, que oferecem preço médio de R$ 1,00 a R$ 1,50/Kg;
Por outro lado, os frutos com padrão de mercado, o próprio setor de comercialização da cooperativa busca canais de venda para a produção, atualmente os preços de mercado variam de R$ 3,00 a R$ 5,00/Kg.
“ Um dos atrativos percebidos pelos agricultores assentados refere-se ao-baixo investimento referente a estrutura exigida e à implantação do manejo. A via vegetativa de propagação de plantas é a mais recomendada para frutíferas porque possibilita a perpetuação das características mais desejadas das plantas que se pretende multiplicar. Dentre os métodos possíveis de serem utilizados na cultura do maracujazeiro têm-se a estaquia e a enxertia.”- explica o engenheiro agrônomo Anderson Teruo.
“A enxertia é um processo que apresenta inúmeras vantagens, tais como a conservação das características da planta-mãe, o controle de nematóides, a resistência à seca, à Phitophthora e à morte prematura das plantas, a longevidade e a qualidade dos frutos. Antes mesmo de se pensar em qual porta-enxerto será usado para o controle desta ou daquela doença, deve-se saber se aquele a ser empregado tem compatibilidade com o enxerto, pois, se a incompatibilidade for observada, de nada adiantará o porta-enxerto apresentar níveis de tolerância ou resistência a doenças.” – alerta o engenheiro agrônomo Renan Guedes.
O fruticultor tem inúmeras possibilidades de escolha para porta enxertos dentro do gênero Passiflora spp devido à quantidade de espécies existentes, porém os materiais que apresentam maiores taxas de “pegamento” de acordo com trabalhos publicados são: P. alata (maracujá doce), P. cincinnata (maracujá de veado) e P. caerulea (maracujá azul) observando em todos, compatibilidade satisfatória com a copa de P. edulis flavicarpa (maracujá amarelo azedo) espécie mais cultivada no país.
Desse modo, com a finalidade de atender as demandas das famílias assentadas de Andradina e região, a COATER, através do Setor de Organizações, coordenado por Gilvânia Meira, e seus respectivos técnicos - Engenheiros Agrônomos Renan Guedes e Anderson Teruo, estão apresentando e desenvolvendo a cultura do Maracujá azedo nos lotes dos beneficiários que se interessam pelo projeto para futura comercialização Tanto via Compras Institucionais, bem como o Programa de Aquisição de Alimentos- PAA, além das empresas de polpas da região.
Registro Fotográfico
PA Florestan Fernandes,Mirandópolis - Ronaldo Minoru Tanoura, lote 160. - Propagação de enxertia
PA Arizona, Vera Lúcia Rodrigues, Lote 09, área demonstrativa.
Gilvânia Meira
Setor de Organizações
COATER a serviço do INCRA
FONTE: JORNAL O FOCO - EDIÇÃO DE 07/07/2015 - JORNALISTA JOSÉ CARLOS BOSSOLAN